Por Tomás Hammes — Porto Alegre

A última vez em que o antigo capitão atuou foi no já distante 10 de julho de 2019. Na ocasião, já sofrendo com as dores no joelho esquerdo, suportou os 90 minutos na derrota por 1 a 0 para o Palmeiras, pelo jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil.

De lá para cá, foram 462 dias de uma longa recuperação, com duas cirurgias no joelho e centenas de sessões de fisioterapia, até que o volante voltasse a ficar à disposição. Nesse tempo, Dourado teve o contrato renovado e viu o Inter sofrer uma reformulação, com troca de técnicos e mais de meio time.

Confira abaixo o que mudou no Inter desde o último jogo de Dourado:

Odair no comando

Hoje no Fluminense, Odair Hellmann estava em seu segundo ano à frente do Inter. Cria da base do clube, o treinador, que passou por todas as etapas até conquistar o principal cargo da comissão técnica, no final de 2017.

Odair tinha Rodrigo Dourado como capitão do Inter — Foto: Ricardo Duarte/DVG/Inter

Odair tinha Rodrigo Dourado como capitão do Inter — Foto: Ricardo Duarte/DVG/Inter

Apesar das contestações por parte da torcida, principalmente pela postura do time e os resultados fora de casa, o Papito liderava o vestiário e conseguia fazer valer a força do Beira-Rio como trunfo pelos resultados positivos.

Odair resistiu no Inter até o dia 10 de outubro, quando acabou demitido após o quarto jogo sem vitória pelo Brasileirão, mas principalmente pela perda do título na Copa do Brasil. Ricardo Colbachini assumiu interinamente até Zé Ricardo ser contratado para terminar a temporada. No final do ano, o clube gaúcho oficializou a chegada de Eduardo Coudet.

Meio time diferente

O último jogo que Dourado esteve à disposição foi contra o Palmeiras, pelas quartas de final da Copa do Brasil, quando ficou no banco de reservas. Na ocasião, a equipe apresentou uma escalação bem distinta da atual, com Marcelo Lomba; Bruno, Rodrigo Moledo, Victor Cuesta e Uendel; Rodrigo Lindoso, Edenilson, Patrick, D’Alessandro e Nico López; Paolo Guerrero.

Apenas cinco jogadores seguem como titulares na atual equipe. São eles: Marcelo Dourado, Victor Cuesta, Rodrigo Lindoso, Edenilson e Patrick.

Lindoso, aliás, foi quem herdou a posição na última temporada após a lesão de Dourado. O volante seguiu como o dono da função até o fim do ano, mas, com a chegada de Coudet, sofreu com a concorrência. Damián Musto, homem de confiança do treinador, já esteve no setor e até mesmo Johnny, que se recupera de uma lesão muscular na coxa direita.

Jogadores como Bruno e Nico López deixaram o Beira-Rio. Paolo Guerrero rompeu os ligamentos do joelho direito e só volta aos gramados em 2021. Rodrigo Moledo, Uendel e D’Alessandro viraram reservas com Coudet.

Vaga às semifinais da Copa do Brasil

Aquela partida contra o Palmeiras também marcou a classificação do Inter às semifinais da Copa do Brasil. Os gaúchos venceram no Beira-Rio por 1 a 0 no tempo normal, gol de Patrick aos 40 minutos do primeiro tempo. O Pantera pegou o rebote do chute de Edenilson, arriscou e contou com a sorte, após a bola desviar em Luan e tirar as chances de defesa de Weverton.

A etapa final foi dramática, com a presença do VAR. Aos 35 minutos, foi marcado pênalti em Felipe Melo, mas anulado após a revisão no vídeo. Já nos acréscimos, Victor Cuesta completou de cabeça e marcou o gol que seria o da classificação ao Inter. O VAR analisou o lance e entendeu que Rodrigo Moledo cometeu falta em Felipe Melo.

Inter foi muito alterado em seu time — Foto: Vinícius Costa/BP Filmes

Inter foi muito alterado em seu time — Foto: Vinícius Costa/BP Filmes

Roberto Melo era o vice de futebol

Em julho do ano passado, Roberto Melo ainda era o homem forte do vestiário colorado. Antigo aliado do presidente Marcelo Medeiros, Melo ocupava o posto de vice de futebol. O dirigente, no entanto, sofreu com as críticas e a demissão de Odair, o terceiro técnico de sua gestão (antes o clube teve Antônio Carlos Zago e Guto Ferreira).

Melo seguiu à frente do futebol até o dia 28 de novembro, quando pediu para deixar o posto. O episódio também culminou com a saída do diretor Adauri Silveira. À época, Zé Ricardo já estava no posto de treinador. Medeiros optou por deixar apenas o executivo Rodrigo Caetano como representante do futebol.

Roberto Melo entrega camisa dos 200 jogos pelo Inter a Rodrigo Dourado — Foto: Ricardo Duarte/Divulgação, Inter

Roberto Melo entrega camisa dos 200 jogos pelo Inter a Rodrigo Dourado — Foto: Ricardo Duarte/Divulgação, Inter

O posto ficou vago até 13 de dezembro, quando Alessandro Barcellos, então vice de Administração e Finanças, aceitou o convite do presidente para assumir o comando de futebol. Barcellos ficou próximo de Coudet, mas acabou demitido por ser o principal nome da oposição na corrida eleiotiral à sucessão de Medeiros. E novamente Caetano virou o nome forte da pasta.

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