Livre no mercado, Ricardo Oliveira critica diretoria do Atlético-MG em saída: “Me senti desrespeitado”

Nas palavras de Ricardo Oliveira, faltou comunicação direta do presidente Sérgio Sette Câmara ou do diretor de futebol Alexandre Mattos, explicando ao jogador que ele não seria aproveitado pelo técnico argentino. O atacante, que chega a apontar “falta de dignidade” da cúpula, salientou alguns pontos que o deixou decepcionado com o clube: impedimento de treinar no CT do Galo ou ter o acompanhamento de algum preparador físico da comissão técnica, bem como o não recebimento de salários e direitos de imagem.

“Não fazer parte dos planos do treinador faz parte do futebol. Tenho 20 anos de carreira profissional e sei que é assim. Mas a forma em que eu fui tratado…”

– E eu não recebi nenhuma ligação de diretor de futebol, de presidente, para falar a mim: “Ricardo, nós não contamos com você e não queremos que você se reapresente”. Não recebi ligação. Fizeram contato com o meu advogado dizendo que o Ricardo não estava nos planos do treinador, e vamos buscar uma saída. Até aí, tudo bem, não vejo problema nenhum. Mas me proibir de treinar, isso foi o que mais me chateou. Até porque eu não fiz nada, não dei motivo nenhum para ser excluído desse jeito – criticou o atleta.

Ricardo Oliveira ficou em São Paulo, treinando numa academia que montou na sua residência. Além dele, outros cinco jogadores estiveram na lista de dispensa do Galo: Franco Di Santo, Edinho, Ramón Martínez, Lucas Hernández e José Welison. Di Santo rescindiu e foi para o San Lorenzo. Edinho e os estrangeiros acabaram emprestados e José Welison estava a caminho do Santos, punido pela Fifa e impedido de registrar reforços.

Em contato com a reportagem, a comunicação do Atlético enviou a posição do departamento de futebol do clube sobre a saída de Ricardo Oliveira, e que o contato foi feito ao representante do jogador, assim como seu advogado, e que um dos membros do staff disse à diretoria alvinegra que o atacante não “precisava ser incomodado”, pois estava na fazenda.

“Mesmo tendo assinado contrato e sabedor dos meus direitos, não tive nenhum profissional do clube à minha disposição e muito menos a dignidade do diretor de futebol e até mesmo do presidente, de me ligar de homem para homem” (Ricardo Oliveira)

Exclusões e futuro

Ricardo Oliveira entrou na Justiça do Trabalho contra o Atlético, em ação na qual cobra R$ 3,7 milhões, com pedidos de salários atrasados, e também “dano moral” pela forma de tratamento. Na entrevista, o jogador acusa o Atlético de tê-lo excluído do grupo de Whatsapp do qual os jogadores do elenco profissional fazem parte. Além disso, segundo Oliveira, ele também deixou de fazer parte da folha salarial mensal do clube.

O Galo contesta os pedidos de Ricardo Oliveira na Justiça, e afirma que qualquer litígio deve ser tratado na Câmara Nacional de Resoluções de Disputas. Por meio de liminar, o atacante conseguiu a rescisão contratual e está livre no mercado. Ele recebeu convites de clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, e avalia as propostas. Quer dar prosseguimento à carreira para atingir números redondos: 800 jogos e 400 gols (são 766 partidas e 384 bolas nas redes).