Por Guilherme Costa — São Paulo

O ano de 2020 está complicado para todo mundo, e com o esporte nacional não seria diferente. Mas, além dos problemas causados pela pandemia, alguns dos principais atletas brasileiros vivem momentos de incertezas faltando menos de nove meses para as Olimpíadas de Tóquio.

O caso mais emblemático é o judô, modalidade que mais medalhas trouxe ao Brasil na história dos Jogos. Enquanto a atual campeã olímpica Rafaela Silva espera o resultado do seu recurso contra a punição de dois anos por conta de um exame antidoping que pode a tirar de Tóquio, Mayra Aguiar, seis vezes medalhista em Mundiais, sofre na recuperação de uma delicada cirurgia no joelho e só deve voltar aos tatames em maio.

Outra atleta que espera o resultado de um julgamento de doping é Andressa Morais, top 5 do ranking mundial em 2019 e medalha de prata na final da Diamond League de 2018 no lançamento do disco. A nove meses dos Jogos, ela ainda não sabe se poderá ou não estar em Tóquio, e seria uma das possibilidades de pódio do atletismo nacional.

Yndiara Asp skate park STU Florianópolis — Foto: Julio Detefon

Yndiara Asp skate park STU Florianópolis — Foto: Julio Detefon

A skatista Yndiara Asp, principal esperança de pódio do país na categoria park, sofreu uma queda há duas semanas e passou por uma cirurgia. Ainda não há uma previsão de volta para a atleta.

Por outro lado, há uma incerteza positiva, digamos assim. Rebeca Andrade, ginasta mais talentosa da geração, se machucou no ano passado e não estaria 100% se as Olimpíadas de Tóquio tivessem sido realizadas em julho, como previsto. Ganhou um ano para se recuperar e tem treinado muito bem, apesar de ainda não estar 100%. Se estiver inteira fisicamente nas Olimpíadas, é favorita ao pódio no salto, e tem chances reais de pódio no solo e no individual geral.

Rebeca Andrade  — Foto: Alexandre Castello Branco/COB

Rebeca Andrade — Foto: Alexandre Castello Branco/COB

Mas aí entra uma nova incerteza: ela ainda não está classificada para as Olimpíadas, precisará disputar um pré-olímpico ano que vem. Além dela, outras estrelas do esporte nacional como a campeã mundial de boxe Beatriz Ferreira, o vice-campeão mundial de caratê Vinicius Figueira, e a supercampeã do skate Letícia Bufoni ainda precisam confirmar suas vagas.

Por fim, um problema que assola todos os países: a falta de competições internacionais. A vela, por exemplo, é uma modalidade muito difícil de um atleta saber qual nível está quando treina sozinho. As competições são um parâmetro importantíssimo, mas Martine Grael e Kahena Kunze, por exemplo, não competem há oito meses.

Kahena Kunze e Martine Grael  — Foto: Jonne Roriz / COB

Kahena Kunze e Martine Grael — Foto: Jonne Roriz / COB

Faltando 260 dias para as Olimpíadas, o Time Brasil tem problemas que vão além da pandemia. Lesões e casos de doping podem atrapalhar os planos de chegar a 20 medalhas em Tóquio, que seria um recorde histórico, superando os 19 pódios dos Jogos do Rio.

Nas projeções do blog, o Brasil ainda supera esse recorde e chega aos 20 pódios, mas provavelmente sem atingir os sete ouros, conquistados na Rio 2016. Mas os 20 pódios serão atingidos com um pouco mais de tranquilidade se os machucados e envolvidos com doping disputarem os Jogos de Tóquio.

Guilherme Costa Brasil em Tóquio blog — Foto: Reprodução

Guilherme Costa Brasil em Tóquio blog — Foto: Reprodução

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